Uma das maiores críticas aos modelos anteriores à fonologia gerativa natural era o fato de as representações fonológicas serem complexas e, muitas vezes, abstratas. O modelo naturalista surgiu então, propondo novas interpretações para os processos fonológicos. De acordo com os seus defensores a fonologia deve ser preocupar apenas com a motivação fonética, deixando outras regularidades no nível do componente morfológico. No modelo naturalista as representações subjacentes passam a equivaler às representações fonéticas. Dessa forma, as regras fonológicas passam a retratar generalizações verdadeiras e transparentes, considerando apenas estruturas fonéticas de superfície bem estruturadas. De acordo com o naturalismo as regras passam, então, a ser consideras como de dois tipos: as motivadas foneticamente e as não-produtivas. As regras de motivação fonética apresentam apenas informações fonéticas, são produtivas e sem exceções. Elas geralmente se relacionam com os processos articulatórios da fala. Como exemplo tem-se o processo de palatalização das consoantes alveolares t/d antes da vogal i e suas variantes, em alguns dialetos brasileiros. Já o segundo tipo de generalização é feito através de via-regras (regras não-gerativas), admitindo irregularidades, exceções, e presença de traços morfológicos e lexicais em sua elaboração. Como regra não-produtiva tem-se, por exemplo, a formação do plural em palavras terminadas em ão no Português (plurais irregulares). As regras não-produtivas não são naturais dos falantes (não fazem parte de sua competência lingüística). De modo geral, a fonologia gerativa natural procura, então, definir os princípios que regem e diferenciam as regras produtivas das não-produtivas.
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