Fonologia gerativa natural


O que é?


Uma das maiores críticas aos modelos anteriores à fonologia gerativa natural era o fato de as representações fonológicas serem complexas e, muitas vezes, abstratas. O modelo naturalista surgiu então, propondo novas interpretações para os processos fonológicos. De acordo com os seus defensores a fonologia deve ser preocupar apenas com a motivação fonética, deixando outras regularidades no nível do componente morfológico. No modelo naturalista as representações subjacentes passam a equivaler às representações fonéticas. Dessa forma, as regras fonológicas passam a retratar generalizações verdadeiras e transparentes, considerando apenas estruturas fonéticas de superfície bem estruturadas. De acordo com o naturalismo as regras passam, então, a ser consideras como de dois tipos: as motivadas foneticamente e as não-produtivas. As regras de motivação fonética apresentam apenas informações fonéticas, são produtivas e sem exceções. Elas geralmente se relacionam com os processos articulatórios da fala. Como exemplo tem-se o processo de palatalização das consoantes alveolares “t/d” antes da vogal “i” e suas variantes, em alguns dialetos brasileiros. Já o segundo tipo de generalização é feito através de “via-regras” (regras não-gerativas), admitindo irregularidades, exceções, e presença de traços morfológicos e lexicais em sua elaboração. Como regra não-produtiva tem-se, por exemplo, a formação do plural em palavras terminadas em “ão” no Português (plurais irregulares). As regras não-produtivas não são naturais dos falantes (não fazem parte de sua competência lingüística). De modo geral, a fonologia gerativa natural procura, então, definir os princípios que regem e diferenciam as regras produtivas das não-produtivas.


Para mais informações acerca da fonologia gerativa natural, consulte o material bibliográfico indicado abaixo:

CHOMSKY, Noam & HALLE, Morris. The sound pattern of English. Harper and Row: New York, 1986.
HOOPER, Joan. The syllable in phonological theory. Language. 1972.
HOOPER, Joan. An introduction to natural generative phonology. Academic Press: New York, 1976.
VENNEMANN, Theo. On the theory of syllabic phonology. Linguistische Bericthe. 1972.
VENNEMANN, Theo. Phonological uniqueness in natural generative grammar. Glossa. 1972.
VENNEMANN, Theo. Phonological concreteness in natural generative grammar. In: Towards tomorrow linguistics. SHUY & BAILEY (eds). Georgetown University Press: Washington, 1973.

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